Theatro Municipal do Rio de Janeiro – TMRJ

Theatro Municipal do Rio de Janeiro – TMRJ

Como amante de Ballet e História (e outras coisitas mais) e por querer passar um conteúdo interessante pra vcs que possam estar me lendo, o post de hoje é sobre o lindo, maravilhoso, encantador, deslumbrante e queridinho de todos os bailarinos, o Theatro Municipal do RJ!!!

HISTÓRIA DO THEATRO

O belíssimo Theatro, onde já pisaram nomes como Ana Botafogo, Cecília Kerche, Márcia Jaqueline, Claudia Mota e muitos outros bailarinos e artistas de renome, já começou a ser idealizado em meados do século XIX com João Caetano. Mas somente no final dele é que o projeto começou a ganhar consistência com o dramaturgo Arthur Azevedo, que não viveu o suficiente para ver o seu sonho se realizar. A ideia era fazer um teatro nacional com uma companhia estatal; a cidade do Rio de Janeiro até então não tinha um grande teatro para a realização de grandes espetáculos, que era parte da cultura neste período, e a construção do Theatro visava suprir essa necessidade.

O Prefeito Pereira Passos, Chefe do Executivo que iniciou uma grande reforma urbana em 1902, modificando o aspecto do Centro do Rio de Janeiro, retomou a ideia e, em 15 de outubro de 1903, abriu uma “concorrência pública”, que seria uma licitação da época, para a escolha do projeto arquitetônico. Em março de 1904, dentre as sete propostas apresentadas, os dois primeiros ficaram empatados: o projeto “Aquilla”, em que o suposto autor secreto era o filho do prefeito, o engenheiro Francisco de Oliveira Passos, e o projeto “Isadora”, do arquiteto francês Albert Guilbert, vice-presidente da Associação dos Arquitetos Franceses.

Esse resultado do concurso acabou causando grande polêmica à sua época e o projeto final foi a fusão dos dois premiados, já que ambos seriam inspirados na mesma tipologia da Ópera de Paris.

construcao tmrj

O prédio do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, então, começou a ser erguido em 2 de janeiro de 1905. Foi inaugurado em 14 de julho de 1909 pelo Presidente Nilo Peçanha e pelo Prefeito Sousa Aguiar, com capacidade inicial para 1739 espectadores. O TMRJ desde a sua inauguração já sofreu quatro reformas: 1934, 1975, 1996 e 2008. Dentre os objetivos da reforma estava o aumento da capacidade e obras de modernização e reestruturação. Contando, hoje, o Teatro com a capacidade para 2252 lugares.

INÍCIO DO BALLET

No início, o Theatro Municipal recebia principalmente companhias de ópera e dança vindas, em sua maioria, da França e da Italia. Na sua inauguração não tivemos nada de dança que fosse relevante para a sociedade. O primeiro espetáculo de ballet que vamos ter no TMRJ vai ser em 1913: O Espectro da Rosa, com o Ballets Russes de Dhiaguilev, com Tamara Karsavina e Vlaslav Nijinsky nos papéis principais.

A partir da década de 1930, é que o TMRJ passou a contar com seus próprios corpos artísticos de orquestra sinfônica, coro e ballet, que permanecem responsáveis pela realização das temporadas artísticas oficiais.

A história do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro começa em 1927, quando a bailarina Maria Olenewa fundou a primeira escola de dança clássica do Brasil, sediada no TMRJ, sendo incentivada pelo crítico Mario Nunes. Maria Olenewa dançou no Brasil em 1921 e em 1927 fixou residência no Rio de Janeiro. Animada com as aulas particulares de ballet, que ministrava na cidade, tomou a iniciativa de propor a criação da Escola de Dança, dando início à formação de bailarinos para integrar um futuro Corpo de Baile.

Inicialmente, Corpo de Baile e Escola de Dança se fundiam numa única estrutura na apresentação de espetáculos, até que em 1936, foi oficialmente criado o Corpo de Baile com a separação definitiva entre a escola e a companhia profissional. Desde então, o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro vem cultivando um extenso repertório, baseado nos grandes títulos clássicos de todos os tempos e a produção contemporânea. Ao longo de sua existência foi dirigido por grandes nomes da dança e contou com a  colaboração de coreógrafos de prestigio internacional.

Hoje, as atuais diretoras do Ballet do TMRJ são ninguém mais ninguém menos que as primeiras bailarinas Ana Botafogo e Cecília Kerche, nomeadas em agosto de 2015.

SITUAÇÃO ATUAL

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro, apesar de ter “municipal” em seu nome, é, em verdade, vinculado ao Estado do Rio de Janeiro. E, não é novidade para ninguém que este ente público se encontra numa grande crise econômico-financeira. Crise esta que vem afetando não só os agentes públicos de uma forma geral, como também os próprios bailarinos do TMRJ, que também se encontram com seus salários atrasados, havendo, desde bailarinos que viraram Uber a aqueles que estão indo dançar fora do País em busca de novas oportunidades. É o caso da bailarina Márcia Jaqueline, que recentemente aceitou proposta para dançar na Áustria por 2 anos porque não recebe salários desde maio e também não teve seu 13o salário de 2016 depositado.

A arte é muito importante para cada sociedade, pois também pode ser uma forma de aprendizado, cultura uma forma de fuga da alma da nossa realidade, entretanto, não só na arte, mas em muitas outras áreas vem se perdendo muito com a atual crise. O brasileiro que se sente desvalorizado e tem condições de sair em busca de melhores oportunidades, o fará, e o País e o próprio povo saem perdendo com isso.

Em maio deste ano de 2017 houve uma grande manifestação justamente por causa dessa situação dos salários atrasados. E não é a primeira vez que isso acontece no Theatro! Inúmeras vezes ao longo da história os bailarinos e demais funcionários do TMRJ já passaram por situações como esta. Inclusive, é um dos motivos do por quê uma parte significativa dos nossos bailarinos preferem fazer carreira fora do País a ficar aqui vivendo essa realidade. Torço para que voltemos a ter um ballet de qualidade no nosso Theatro!

 

Para maiores informações, minhas fontes:
http://www.theatromunicipal.rj.gov.br
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/o-grito-de-socorro-da-bailarina-sem-salario-em-seu-adeus-ao-brasil.ghtml
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/06/1890605-primeiro-bailarino-do-municipal-do-rio-vira-motorista-de-uber.shtml

Espero que tenham gostado!!!
Até o próximo post!!!

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