Tutu da Ju

Olá bailarinas e bailarinos que gostam de acompanhar o Tutu da Ju!

Hoje o post é sobre um assunto que vocês já me pediram antes no Instagram, que é: como melhorar a musicalidade no ballet.

Vou ensinar porque contamos de 1 a 8, vou dar exemplos de contagens musicais de alguns passos e também vou dar dicas para você praticar para melhorar a sua musicalidade e dançar mais na música.

Esse é também um daqueles posts com vídeo do canal. Então, logo abaixo, vou disponibilizar o vídeo e abaixo dele, o conteúdo por escrito.

1. Porque contamos de 1 a 8 no ballet? Porque alguns professores contam 5,6,7 e 8 antes de fazermos o passo?

Se você já dança há algum tempo ou conhece alguém que dança já deve ter escutado seu professor contar de 1 a 8 ou ainda a contagem 5,6,7,8. Essa contagem é assim porque é a divisão dos compassos, é o tempo musical.

Você vai perceber que praticamente toda música de ballet é “bem quadradinha” nesse sentido. Todas elas são contadas de 1 a 8, sendo cada 8 uma frase. E vai ficando cada vez mais fácil de identificar essa contagem com a prática e você vai perceber se de fato está dançando na música.

Já o 5,6,7,8 que se conta antes de dançar, é ou porque a música tem uma pequena introdução antes de começar de fato ou nas que não tem introdução ou uma introdução muito curta, o professor faz essa contagem para que o aluno tenha um tempo hábil para se preparar para executar a sequência.

2. Exemplos de acentos musicais dos passos

Muitos passos do ballet tem um acento musical correto que devem ser executados. E isso tem um porquê. Vamos a alguns exemplos:

Tendu, Jeté, Grand Battements: como regra, o acento do número é dentro ou embaixo, quando da forma final do movimento para que se ganhe força na musculatura interna da coxa, que vai possibilitar uma maior amplitude das pernas e fechar mais a quinta posição. Mas nada impede que o professor passe em mais tempos musicais mais lentos, fazendo o passo mais decomposto nos anos iniciais para o aluno aprender aquele conceito ou ainda dependendo do objetivo que o professor queira.

Piqué: acento musical em cima para poder trabalhar o movimento do cabriole, um salto que tem por base o movimento do piqué (que alguns métodos chamam de pointé).

Saltos, fouttés e piruetas seguidas: como regra, no método Vaganova, saltos e piruetas consecutivas, como fouettés e piruetas de quinta, o acento também é embaixo, porque isso dá mais impulsão e mais dinâmica a esses movimentos. Mas, mais uma vez, nos anos iniciais, pode ser dado de forma mais decomposta, em tempos musicais mais lentos.

Frappé: para a agilidade que o passo exige, seu acento musical é fora.

Rond de jambe par terre: no en dehors, o acento é na frente; no en dedans, atrás, onde faríamos um tendu.

Valsa: contagem 1,2,3, com ênfase no primeiro tempo musical.

Mazurka: também tem a contagem 1,2,3 mas com a ênfase no segundo tempo.

Para ver um pouco mais sobre essa diferença entre valsa e mazurca, recomendo a leitura desse texto rápido. Também já mencionei essa diferença no post sobre o ballet Coppélia.

3. Dicas para melhorar a musicalidade

Dica 1: Foque na contagem de 1 a 8, seja praticando em casa, seja na sala de aula. Como já dito, uma música tem vários 8s, e assim elas são chamadas de “frases”. Você vai começar a perceber quando começa e quando termina cada uma delas e vai perceber que há músicas mais lentas, músicas mais rápidas. Para ficar ainda mais preciso, ainda acrescentamos o “e” entre os números, o que Vaganova chama de “anacruse”.

Isso vai te ajudar inclusive a identificar na sua aula de ballet se você de fato decorou a sequência ou se tem algum passo que você esqueceu.

Dica 2: Estale os dedos para reconhecer os números e as batidas da música. Isso vai ajudar a reconhecer o andamento e a contagem musical. Lembrando que há várias maneiras de se contar uma mesma música.

Dica 3: Mentalmente e com a ajuda das mãos, quando o professor estiver mostrando marque o passo já pensando na contagem. Evite de ficar só olhando.

MÚSICAS USADAS: