Bailarinas que fizeram ginástica rítmica ou artística

Bailarinas que fizeram ginástica rítmica ou artística

Com as Olimpíadas sobe a popularidade das Ginasticas Artística e Rítmica, principalmente entre nós bailarinas e mais ainda após as medalhas de ouro e de prata conquistadas pela nossa Rebeca Andrade!

As Olimpíadas de Tóquio 2020 deixaram claro a importância do ballet para a ginastica, mostrando inclusive que elas fazem aulas de ballet para se preparar.

https://www.instagram.com/p/CR-_EaqHNlQ/

Nesse link, a professora Bruninha Martins dá aula de ballet para as ginastas rítmicas brasileiras! É de apaixonar esses pés esticados e essas pernas altas com linhas maravilhosas? Por todos esses motivos e por todas as semelhanças com o ballet, como os giros e saltos, por exemplo, é que nós bailarinas ficamos tão admiradas e torcemos tanto para elas nas competições!

Uma pequena observação é que o nome “ginástica olímpica” é um nome que é conhecida a “ginástica artística” aqui no Brasil. De maneira bem simplória, é a que é praticada pela Rebeca e já teve grandes nomes em nosso país, como Daiane dos Santos, Danielle Hypólito e Jade Barbosa. A “ginástica rítmica” é a que envolve uma dança com fitas e bolas. Estou explicando isso da maneira mais simples possível porque eu sempre confundia qual era qual e como eu vou falar das bailarinas que praticaram cada uma, é importante saber dessas diferenças.

Agora, será que o contrário também acontece? O ballet ajuda a preparar para a ginástica, mas será que a ginasta também pode ajudar no ballet? As duas modalidades, como já dito, têm muito em comum. Por isso, eu fui pesquisar bailarinas profissionais que já foram praticantes da ginástica, seja ela artística ou rítmica.

Vamos a elas!

1. Sylvie Guillem

Sylvie Guillem é uma bailarina francesa. Quando criança, chegou a treinar ginástica rítmica. Sua mãe era instrutora dessa modalidade e ter praticado essa atividade, a inspirou a dançar.

Aos 11 anos, ela parou de fazer a ginástica e começou a dançar na Escola da Ópera de Paris. Inicialmente, sua preferência era a ginástica, mas após uma apresentação de ballet, decidiu que era isso que ela queria fazer para o resto de sua vida.

Aos 16, em 1981, Sylvie entrou para o corpo de baile da Ópera de Paris. Em 1983, ganhou na categoria junior, a Competição Internacional de Varna. Em 1984, se tornou a mais jovem “Etoile” (Primeira Bailarina) da Ópera de Paris.

Mas desde 1989, ano seguinte de uma apresentação sua de Giselle encenada pelo Royal Ballet, ela trocou a companhia de Paris pela de Londres e passou a ser uma das principais bailarinas convidadas do Royal Ballet. A bailarina francesa chegou a dançar cerca de 25 ballets! Há quem a considere como uma “Prima Ballerina Assoluta”, mas ela nunca recebeu oficialmente esse título.

Em 2015, ela fez uma turnê para simbolizar a sua despedida dos palcos.

2. Aurélie Dupont

Aurélie Dupont é uma bailarina francesa. Quem vê as linhas e a limpeza de Dupont pode achar que ela nasceu para dançar e que o ballet foi a sua primeira atividade. Mas isso não foi bem assim. A verdade é que antes de começar a se interessar pelo ballet, a bailarina francesa praticava aulas de piano e ginástica.

Suas aulas de ballet começaram num estúdio chamado “La Petite École”, na rua La Fontaine, em Pari. Lá Aurélie percebeu que queria ser bailarina. E tinha talento para tal: aos 10 anos prestou provas e foi escolhida para a Escola de Dança da Ópera de Paris, casa de onde nunca mais saiu. Aurélie Dupont representa “o melhor da escola de dança da Ópera de Paris. São características muitos fortes da bailarina é a limpeza, aliada ao rigor técnico e à elegância – traços, aliás, comuns também à escola francesa.

Com 16 anos, Aurélie Dupont começou ingressou no corpo de baile da Ópera de Paris. E, após sua apresentação de Don Quixote como Kitri em 31 de dezembro de 1998, aos 25 anos, passou a ser “Etoile” (o cargo mais alto) da companhia.

Sua despedia dos palcos aconteceu em 2015 quando ela estava com 45 anos, dançando “L’Histoire de Manon”. Depois de ser encerrada a sua carreira de bailarina, o então Diretor Benjamin Millepied a convidou para assumir o cargo de Mestra de Bailado. Em 2016 ela sucedeu Benjamin como Diretora da Ópera de Paris, onde atua desde então.

 3. Svetlana Zakharova

Svetlana Zakharova é uma bailarina ucraniana, que é a mais influente do Ballet Bolshoi e uma das mais bem pagas do mundo. Quando criança, sua mãe era professora em um estúdio de educação infantil, onde dava aulas de ginástica rítmica. Ou seja, muito em comum com a história de Sylvie Guillem, bailarina que admirava.

Aos 6 anos ela foi levada por sua mãe para aprender dança folclórica em um estúdio local e aos 10 foi aceita na  Escola de Coreografia de Kiev.

Em 1995, após 6 anos das suas aulas de ballet, ela conseguiu um fato inédito até então: pulou 2 séries na Escola de Kiev. Zakharova competiu na “Young Dancers’ Competition” (Vaganova-Prix) em São Petersburgo e foi a competidora mais jovem. Ela ganhou o segundo lugar e foi convidada a continuar seu treinamento no curso de graduação da Academia Vaganova de São Petersburgo.

No ano seguinte, em 1996, a bailarina ingressou na companhia do Teatro Mariinsky e em 1997 foi promovida a Primeira Bailarina. A partir de 1999 começou a dançar como solista convidada, sendo uma bailarina de bastante frequência na Ópera de Paris. Em 2003, a convite de Vladimir Vasiliev começou a dançar pelo Bolshoi.

E, a partir de 2015, uma outra face de Svetlana pôde ser contemplada: ela começou a apresentar programas de TV.

No ano de 2011 Zakharova teve uma filha, Anna, que é praticante de ginástica artística. Na época, a bailarina chegou a parar de dançar e logo logo retomou a sua carreira. Ela dança até os dias de hoje (quando este post está sendo publicado).

4. Natalia Osipova

Natalia Osipova é uma bailarina russa e uma das mais queridas pelo público ao redor do mundo. Mais uma estrela que preferia a ginástica ao ballet, ela estava decidida a seguir a carreira de ginasta, quando foi acometida por uma lesão nas costas, ocasionada por uma queda nos treinos. Até esse momento o foco de Natalia era a ginástica artística e não ballet.

Foi então que aos 8 anos começou suas aulas de ballet na escola Ballet Mikhail Lavrovsky. De 1995 até 2004, ela estudou na Academia Coreográfica de Moscou. Sendo que, em 2003, ainda como aluna, ganhou o “Grand Prix” em Luxemburgo.

Após a sua formatura, após os 18 anos, em 2004, ingressou para o corpo de baile do teatro Bolshoi e em 2010 se tornou Primeira Bailarina.

Em 2012, deixou o Bolshoi e foi dançar no ABT e, em 2014, após dançar sua estreia em Giselle, ingressou no Royal Ballet também como Primeira Bailarina, onde dança até hoje.

5. Noelani Pantastico

Noelani Pantastico é uma bailarina nascida no Havaí. Seu pai era militar, sua família se mudava a cada 2 anos e fazia as “atividades que a sua mãe conseguia pagar”. Chegou a tentar aulas de ginástica e futebol. Mas justamente por não se fixar em nenhum lugar desenvolveu ansiedade e arrancava os próprios cabelos.

Aos 11, então, começou a ter as suas aulas de ballet no “Central Pennsylvania Youth Ballet” e ela diz que nada chegou perto do que o ballet a fazia sentir. Ela começou a ver sentido na sua vida por causa da dança!

Noelani participou dos intensivos de verão no “Pacific Northwest Ballet’s” por 3 anos. Até que, em 1997, ela ingressou no “Pacific Northwest Ballet” (PNB) em Seatle e no ano seguinte, se tornou membro do corpo de baile. Em 2001 foi nomeada solista e em 2004, como Primeira Bailarina.

Em 2008, deixou o PNB e juntou -se aos Ballets de Monte-Carlo de Jean-Christophe Maillot no Mónaco como solista, tendo anteriormente dançado Roméo et Juliette de Maillot no PNB. Ela foi nomeada primeira solista um ano depois. Sobre essa experiência ela diz que o “coaching deles é o que eu sempre quis”.Em 2015, voltou ao PNB, novamente como Primeira Bailarina. Em 2017, Pantastico coreografou Picnic for Sculptured Dance.Ela teve aparições fora do PNB, mas é lá que ela atua como Primeira Bailarina até os dias atuais.

6. Christine Shevchenko

Christine Shevchenko é uma bailarina ucraniana e começou a ginástica logo cedo. Seu pai era ginasta e, aos 4 anos, a bailarina começou a treinar ginástica rítmica na Escola da Reserva Olímpica em Odessa, na Ucrânia.

Quando ela tinha 8 anos, sua família emigrou para a Pensilvânia, onde foi matriculada na “The Rock School for Dance Education”. Lá ela dançou o papel de Clara do ballet “O Quebra-Nozes” por 3 anos.

Em 2003, Shevchenko se tornou a mais jovem a receber o Prêmio Princesa Grace e, mais tarde, ganhou vários prêmios em competições internacionais, incluindo Youth America Grand Prix, USA International Ballet Competition e Moscow International Ballet Competition.

Em agosto de 2006, Shevchenko ingressou na American Ballet Theatre Studio Company (ABT), onde dançou várias peças clássicas e contemporâneas. No ano seguinte, ela ingressou na companhia principal como aprendiz e tornou-se membro em tempo integral do corpo de baile em 2008. Em 2013, quando ela ainda estava no corpo de baile, Shevchenko substituiu uma bailarina machucada Gillian Murphy no Concerto para Piano # 1 . Embora ela soubesse apenas metade da coreografia e aprendesse o resto uma hora antes do show, sua performance foi elogiada pela crítica.

Ela se tornou solista em 2014. Na temporada de 2017 da Metropolitan Opera House, Shevchenko estreou como Kitri em Dom Quixote , que foi seu primeiro papel principal. Na semana seguinte, ela substituiu mais uma vez uma bailarina machucada como Medora em Le Corsaire , depois de aprender o papel durante o fim de semana. Ela terminou a temporada com sua estréia em Mozartiana de Balanchine , e foi promovida a Primeira Bailarina no final daquele ano. Desde então, ela dançou outros papéis principais, como Odette-Odile em O Lago dos Cisnes , Myrtha em Giselle e muitos outros.

Hoje, Christine ainda é Primeira Bailarina do ABT.

7. Holly LaRoche

Holly LaRoche é uma bailarina é coreógrafa contemporânea. Ela iniciou a prática da dança (suas primeiras aulas de ballet foram na Vanessa Plettell School of Dance no Canadá) e da ginástica rítmica aos 3 anos de idade. Chegou a treinar ambas as modalidades por  30 horas por semana e chegou a ser campeã na ginástica. Mas, aos 14 anos foi aceita em um programa de ballet profissional em todo o país e abriu mão da ginástica pelo ballet.

Na ocasião, ela se mudou para Calgary, Alberta para treinar na School of Alberta Ballet, antes de ingressar no Joffrey Ballet Concert Group na cidade de Nova York aos 18 anos.

Ela se vê como uma “dançarina acrobática e atlética”, por conta da sua boa base como campeã da ginástica e de ter reaprendido a usar as suas habilidades físicas vindas da modalidade, quem nem sempre eram vantajosas para o ballet. Ela conta que quase quebrou os tornozelos tentando esticar os pés.

Hoje ela trabalha como bailarina e coreógrafa para palco e tela e fica entre NYC e Vancouver.

8. Maria Khoreva

Maria Khoreva é uma bailarina russa que praticou ginástica rítmica por 7 anos antes de entrar na Vaganova Academia de Ballet. Abaixo, a “mini Khoreva” nas suas aulas de ginástica.

Khoreva começou a dançar papéis em ballets realizados pelos alunos da “Vaganova Ballet Academy” no palco do Mariinsky quando tinha 10 anos – seu primeiro papel importante foi uma Boneca no Quebra-Nozes durante a 5ª série. Em seguida, continuou atuando nas apresentações de formatura de Vaganova durante seus 7º e 8º anos, dançando The Fairy Doll , Classical Symphony de Lavrovsky, variações de Paquita , Suite en blanc de Lifar e Dança das Horas da ópera Gioconda.

Então, em 2018, juntou-se Mariinsky Ballet onde seu primeiro papel como membro da companhia foi Terpsichore em “Apollo” de George Balanchine, um dos seus papéis favoritos. Também apresentou Trio de Odaliscas em Le Corsaire e Amigos do Príncipe do Lago dos Cisnes. Meu próximo grande papel foi o protagonista da Paquita! O processo de criar o personagem e apresentá-lo ao público foi fascinante para a bailarina.

Hoje, Khoreva é Primeira Solista no Teatro Mariinsky, apenas um “degrau” abaixo do cargo de Primeira Bailarina. Mas, ela se diz extremamente feliz com todas as oportunidades de dançar os papéis que já dançou até hoje.

A bailarina também é muito atuante no Instagram e no YouTube e eu AMO acompanhar seus conteúdos!

Uma curiosidade é que ela está lançando um livro chamado “Ensine-me balé! Como treinar seu corpo”. Por enquanto, ele só tem em russo. Quem sabe não lança em português ou ao menos em inglês?

9. Bruna Gaglianone

Bruna Gaglianone é uma bailarina brasileira que hoje está dançando no Bolshoi na Rússia. Bruna nasceu em Caxias, no Maranhão e até os seus 12 anos fazia também ginástica artística. Aos 9 começou suas aulas de ballet e aos 12, fez prova para a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, que fica em Joinville e foi aprovada. Lá Bruna concluiu a sua formação em ballet.

Em 2004, aos 13 anos, a bailarina ganhou o prêmio Galina Ulanova e, em 2011, quando o Teatro Bolshoi da Rússia decidiu receber pela primeira vez, bailarinos de outras nacionalidades, fez a audição, mandando um vídeo fazendo aula, em seguida foi chamada para fazer o teste em Moscou, e mais uma vez foi aprovada! Bruna começou a trabalhar em Moscou em 2012 e está lá até hoje.

Mas a bailarina não começou sua vida em outro país sozinha. Seu namorado, Erick, que também é bailarino, prestou a mesma audição e também foi aprovado para dançar em solo russo. Os dois tinham se conhecido em 2008, quando ainda dançavam na Escola do Bolshoi no Brasil, e eram muito amigos, e estão juntos até hoje.

Os dois começaram a trabalhar na Rússia em 2012, onde chegaram sem falar russo e lá continuam crescendo profissionalmente.

 

E essas foram as bailarinas que fizeram ginástica na sua vida. E vocês? Sabem de alguma que eu não citei? Deixem nos comentários!

Até o próximo post!

 

Fontes:

  • Wikipedia
  • https://sol.sapo.pt/artigo/499681/aurelie-dupont-sair-do-palco-sem-sair-de-cena
  • https://oitotemposblog.wordpress.com/2016/06/01/perfil-aurelie-dupont/
  • https://www-gramilano-com.translate.goog/2021/07/interview-with-svetlana-zakharova/?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt-PT&_x_tr_pto=ajax,sc,elem
  • https://mylandrover.ru/pt/electrical-equipment/zaharova-svetlana-biografiya-lichnaya-zhizn-i-balet-rost-izvestnoi.html
  • https://www.esquinademocratica.com/post/a-genial-natalia-osipova
  • http://archives.midweek.com/content/story/theweekend_coverstory/noelani_pantastico/
  • https://www.dancemagazine.com/noelani-pantastico-2639654676.html
  • http://archives.midweek.com/content/story/theweekend_coverstory/noelani_pantastico/
  • https://www.danceinforma.com/2019/12/30/from-gymnast-to-dancer-the-case-for-cross-contaminating-movement-styles/
  • https://uk.blochworld.com/blogs/our-dancers/a-day-in-the-life-maria-khoreva
  • https://www.danceforyou-magazine.com/2021/05/25/maria-khorevadigging-into-characters/
  • https://ndmais.com.br/danca/bailarinos-da-cia-jovem-sao-contratados-pelo-ballet-bolshoi-de-moscou/
  • https://www.terra.com.br/diversao/arte-e-cultura/danca/unicos-brasileiros-do-bolshoi-voltam-ao-pais-com-bale-russo,8fb6912097986f4147ee2ba7a42c9b9f9hd8RCRD.html

Sobre o autor

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Stories Tutu da Ju

Baixe Agora o Manual Completo!

DIGITE SEU E-MAIL E BAIXE O SEU MANUAL GRATUITAMENTE

Guia com mais de 100 definições, dicas e fotos de todos os movimentos, passos, posições e termos do Ballet. Perfeito para bailarinas e bailarinos de qualquer nível que queiram estudar e melhorar sua performance.

 

E-mail enviado! Não esqueça de verificar o SPAM.

A fotógrafa de ballet Mari Salles inaugura seu Studio de fotos 5 Dicas para a Make de Palco PERFEITA Últimas mudanças na Gaynor Explicando como funciona a numeração da Gaynor O que um amante de ballet pode fazer em NY