O dia da mulher e o ballet

O dia da mulher e o ballet

Olá Bailarinos e Bailarinas que me leem!

Hoje, dia 8 de março, é o dia da mulher, um dia em que internacionalmente se comemora um conjunto de  conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres ao longo dos anos, sendo adotado pela Organização das Nações Unidas e, consequentemente, por diversos países.

O primeiro Dia da Mulher foi celebrado nos Estados Unidos em maio de 1908 (Dia Nacional da Mulher), onde mais de 1.500 mulheres se uniram em prol da igualdade política e econômica no país.

Não focarei neste post na história desta data em si, mas em homenagem à ela, falarei algumas curiosidades a respeito do ballet em relação ao tema e sobre algumas mulheres que fizeram história no ballet! Tudo isso em ordem cronológica.

1. Ballet era coisa de homem

Vcs sabiam dessa? Até os anos 1680, dançar ballet era coisa de HOMEM, NÃO DE MULHER, acreditam? Até esta data aproximadamente as mulheres até poderiam dançar socialmente danças da corte, mas não era considerado apropriado para as mulheres dançarem no palco. Até este período, quem fazia os papéis de mulher eram os próprios homens usando máscaras (as máscaras eram usadas para interpretar papéis de ambos os sexos na verdade) e saias.

Graças a Luis XIV, que também foi bailarino, Homens e Mulheres bailarinos tiveram reconhecimento profissional. Mas nessa época, mulheres ainda ganhavam menos do que os homens. Já falamos sobre isso neste post aqui.

E já no século XIX, com o Romantismo, os homens passaram a ter meros papéis de apoio. Também aprofundamos mais esse assunto em outro post.

E hoje, os meninos que dançam ballet ainda enfrentam preconceitos por serem bailarinos!

Que o ballet seja “coisa para homem e para mulher”!!!

2. A primeira bailarina de todos os tempos

Nos anos 1680 as mulheres começaram a dançar nos palcos. Tivemos, então, a ópera “Le Triomphe de l’amour” de Lully, um compositor do reinado de Luis XIV, em 1681, em que quatro mulheres dançaram pela primeira vez no palco. Então, a líder delas, a Mademoiselle de la Fontaine, é considerada a primeira bailarina de todos os tempos.

Embora ela tenha sido impedida pelos longos trajes de confinamento, e as técnicas de ballet naquela época eram limitadas, a graça e o charme de La Fontaine eram tais que ela foi chamada de a “rainha da dança”.

De la Fontaine passou a ser a bailarina líder em pelo menos 18 outras produções na Ópera de Paris entre 1681 e 1693, incluindo “Persée” , “Amadis”, “Didon” e “Le Temple de la Paix” . Depois de dançar na Opéra de Paris por cerca de uma década, ela se aposentou em um convento.

3. A primeira coreógrafa

Nos anos 1700, o ballet ainda era muito dominado por homens,  mas as mulheres começaram a ter influência não só como dançarinas, mas também como coreógrafas e professoras. A primeira delas, Françoise Prévost, que coreografou e dançou os famosos Les Caractères de la Danse em meados de 1715. 

Coreografado para um conjunto de danças pelo compositor Jean Ferry Rebel, os “personagens” representavam uma série de amantes de diferentes idades e sexos, e Prévost decretou cada um para uma música diferente. Ela ensinou este solo a suas duas pupilas: Marie Camargo e Marie Sallé , que se tornaram as maiores bailarinas da sua geração.

4. A primeira bailarina a fazer pirueta

Já que eu, Juliana, quero melhorar minhas piruetas, não poderia deixar de falar delas aqui.

A primeira pirueta feminina foi feita pela bailarina alemã Anne Heinel. 

Heinel estudou sob Jean-Georges Noverre, em Stugartt,  onde fez sua estréia em 1767. No ano seguinte, ela interpretou La Vénitienne em Paris, onde era conhecida como “La Reine de la danse” (Rainha da dança). Ela passou a criar papéis em “Omphale” (1769), “Hippomène et Atalante” (1769), “Le Prix de la Valeur”(1771) e “La Cinquantaine” (1771). Como resultado de sua habilidade excepcional, ela é pensada por ter inventado a pirueta.

5. A primeira bailarina a subir nas pontas

Embora muitos achem que o ballet e a existência das sapatilhas de ponta andem juntos, não é bem assim. Muito antes das sapatilhas de ponta existirem, já existia o ballet. A ponta só se tornou uma técnica obrigatória no ballet em 1820 e mesmo antes disso já havia o ballet clássico.

Muitos discutem quem foi a primeira bailarina a dançar na ponta dos pés. Alguns citam outras bai­la­rinas como: Fanny Bias, Geneviève Gosselin ou Amalia Brugnoli.  Mas o crédito freqüentemente é para Marie Taglioni que dançou na Ópera de Paris, e também em grande parte da Europa. Ela não foi de fato a primeira que subiu nas pontas, como você pode ler neste post, mas foi ela quem popularizou o seu uso, principalmente após a sua performance em “La Sylphide”, dando a impressão, com o uso das pontas, de que ela flutuava no ar.

Marie, filha de Philippe Taglioni, mestre de ballet, quando começou sua carreira não teria um futuro promissor no ballet, tinha a coluna torta e era muito tímida. Mas graças aos treinos de seu pai, conseguiu se destacar como primeira bailarina em “La Sylphide”, um ballet coreografado especialmente para ela por seu pai, em 1832 e ficou reconhecida como o símbolo da era romântica do ballet.

Ela é um grande exemplo de que , mesmo vc não tendo habilidades naturais, como um físico que te ajude, vc pode atingir grandes objetivos desde que vc treine MUITO!

Mas, embora a Marie Taglioni foi quem tornou a sapatilha de ponta o símbolo da leveza feminina, tivemos de fato duas bailarinas, uma na França e outra na Russia que no mesmo momento dançaram nas pontas pela primeira vez: Genevieve Gosselin e Eudokia Istomina! Nesta época as pontas eram muito mais simples que as de hoje em dia e as bailarinas ficavam muito pouco tempo sob elas.

6. A primeira bailarina a fazer os famosos 32 fouettes

Sonho de consumo de quase toda bailarina é conseguir girar os tormentosos, difíceis e lindos 32 fouettes. Mas vcs sabem quem fez isso primeiro?

A bailarina italiana Pierina Legnani fez a sua estreia em 17 de dezembro de 1893 no ballet Cinderella e surpreendeu o público, porque além da sua interpretação e de sua técnica virtuosa, foi a primeira vez em que publicamente uma bailarina faria os 32 fouettés no ato final, na Coda, deste ballet.

Em 1895 Marius Petipaum coreógrafo francês que viria a São Petersburgo como bailarino em 1847, apanhou o Lago dos Cisnes e o recoreografou para a versão que podemos ver hoje. Na produção original, Odette e Odile eram duas bailarinas diferentes, mas na de Petipa era para que a mesma bailarina dançasse os dois papéis – tornando toda a identidade equivocada Odette / Odile muito mais convincente.

Foi a mesma bailarina italiana, Pierina Legnani (bailarina da foto de destaque deste post), que primeiro dançou o papel duplo Odette / Odile para Petipá. Desde então, o papel passou a se tornar grande esforço para exibir o talento de uma longa fila de bailarinas russas. 

Mas, outras bailarinas antes de Legnani realizaram sequências de fouetté, por exemplo, sua colega italiana Emma Bessone executou uma sequência de 14 fouettés no ballet de Ivanov de 1887, The Haarlem Tulip.

E essas eram as curiosidades que eu selecionei e considerei relevantes sobre as mulheres no ballet!

Para mais detalhes, eis as minhas fontes:

  • Wikipedia
  • Livro: “Tutus, tights and Tiptoes – Ballet history as it ought to be taught”
  • O site Petipá Society

Espero que tenham gostado e até o próximo post!!!

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