Olá meu povo!!!
Recentemente perguntei a vocês nos meus stories do Insta a seguinte pergunta: vocês acham que o ballet parou no tempo?
A ideia com essa pergunta era estimular a reflexão de vocês (depois em outro post vou até mostrar mais argumentos), mas vejo que o ballet não parou no tempo não! Algumas coisas continuam mantidas – e que BOM! – e outras mudaram e continuam mudando e MUITO!
Uma dessas coisas é a estrutura da aula de ballet! Nós bailarinos estamos cada vez mais sendo mais exigidos, dentre outras coisas com passos mais difíceis que nos exigem mais fisicamente. Então porque a aula haveria de continuar sendo a mesma para sempre?
Com essas mudanças vem surgindo novos conceitos que estão sendo introduzidos nas nossas aulas, como a preparação física e a barra a terre. Mas antes delas já tínhamos a famosa aula de chão! Todas elas são dadas, mesmo que em parte no chão. Mas vocês sabem as diferenças entre elas? Tem diferença? É sobre isso que vamos falar neste post!
1. Aula de chão
A aula de chão foi introduzida no ballet brasileiro com a bailarina Nina Verchinina, quando esta começou a dar aulas no nosso Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 1947. Nina solicitou ao TMRJ 30 a 40 cobertores para que pudesse dar essa aula. Mas ela foi acusada de estar fazendo orgias na sala de aula e foi expulsa como comunista.
A ideia da aula de chão é trabalhar mais a flexibilidade do bailarino, é um alongamento no chão voltado para os bailarinos, tendo exercícios como abertura de segunda, grand ecárt e muitos outros. Mas também pode ser que alguns professores também coloquem alguns pequenos exercícios de força como pranchas e abdominais.
Além disso, pode ter alguns exercícios em dupla, ou ainda trios, para que um force o outro ainda mais na sua flexibilidade. Pois o ballet exige que os bailarinos sejam flexíveis.
2. Barra a terre
A aula de barra a terre, ou barra solo, é uma combinação de exercícios que seriam feitos na barra, mas no solo e também existem alguns movimentos que são feitos sentados. São feitos no chão grand pliés, tendus, rondjambs e muitos outros.
A ideia é trabalhar os movimentos do ballet com mais consciencia corporal! Fazer en dehors sem jogar o quadril, fazer arabesque sem roubadinhas, trabalhar o encaixe perfeito da coluna e da costela, por exemplo. Nessa aula se trabalha muita força e resistencia com base nos exercícios da barra e foi desenvolvida pelo bailarino Boris Knyazev.
Pode ser feita como um aquecimento antes da aula também. Eu já fiz uma aula de pas de deux em que nos minutos iniciais o professor dava exercícios de barra a terre. E isso me ajudou a trabalhar muito mais encaixada. E muitas bailarinas profissionais usam dessa prática como aquecimento antes da aula, como Sylvie Guillem e Misty Copeland. A Misty, bailarina da foto acima, teve uma fratura por estresse na tíbia e foi também graças a esse método que pode voltar a dançar depois da lesão.
3. Preparação física
Esse tipo de aula pode alternar exercícios no chão, sentada ou em pé. Mas a ideia principal é trabalhar a força do core abdominal, costas, pernas, glúteos e até mesmo os braços. Serão feitos alguns exercícios como abdominais, pranchas e ainda agachamentos.
A ideia desse tipo de aula é, como o nome já diz, tonificar e dar força ao corpo do bailarino necessária para que ele possa fazer os passos do ballet, pois se não temos o core bem trabalhado podemos ter muitas dificuldades em sustentar a perna, fazer piruetas e também ficar no balance!
Vocês viram que existem alguns pontos em comum entre elas e que as diferenças algumas vezes podem ser sutis. Mas cada uma dessas aulas tem seu foco principal, visando desenvolver as potencialidades do bailarino fora das aulas convencionais de barra, centro e diagonal.
E esse foi o post de hoje!
Espero ter feito vocês aprenderem um pouquinho mais!
Até o próximo post!